quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Como dar conta de tantas coisas?

 


Este assunto é para você que está sempre muito atarefado. Você já parou para pensar em quantas tarefas fazem parte do seu dia? Tarefas do trabalho, da escola, da faculdade, da sua empresa etc.

Como você faz para organizá-las? Há dias específicos para responder e-mails, para estudar para concurso etc.? Faço esses questionamentos porque muitas pessoas, inclusive eu, preocupam-se em ser produtivos. Ser produtivo é fazer exatamente aquilo que precisa ser feito, sem procrastinação. Uma pessoa produtiva termina o dia e se sente feliz, justamente porque executou o que queria, comumente, aquilo que planejou com antecedência.

Vou compartilhar com vocês uma experiência própria. Estou sempre em busca de conhecimento (que faça parte de meu interesse). Faço curso de Inglês, aulas para ganhar afinação musical, aulas relacionadas a coaching, leituras de atualização em minha área de conhecimento, entre outras. E, normalmente, sempre que possível, reservo um turno para essa parte de aprendizagem. Antes, eu planejava estudar/executar dois ou três desses tópicos em uma única tarde, para depois fazer atividades físicas. Por exemplo, hoje à tarde vou escrever um capítulo do meu livro, estudar inglês e fazer os pagamentos da semana. Ou seja, três atividades para uma única tarde.

A fazer isso, o meu cérebro já emite um sinal de alerta: é muita coisa. E é mesmo! Ao começar a primeira atividade, eu já estou tenso porque tenho que dar conta das outras duas para que o meu dia seja “produtivo”. Em outras palavras, o fato de iniciar as tarefas planejadas com preocupação (tanto com relação ao tempo ou ao volume) reduz o seu nível de concentração, porque você já faz uma coisa pensando noutra.

Você pode até dar conta das três tarefas, mas, ao prepará-las, com certeza perdeu muito (tempo/concentração) na transição entre elas; e os resultados obtidos, certamente, não serão tão significativos.

Por isso, decidi reservar um turno livre de cada dia da semana para apenas um tipo de atividade. É possível agregar mais de uma atividade, desde que elas se relacionem de alguma maneira, tenham matéria interligadas. Hoje, por exemplo, reservei o dia para escrever para o Dr. da Língua e realizar esta gravação. Com foco apenas nisso, consegui pensar com mais tranquilidade, sem me preocupar com outro tipo de tarefa ou ocupação. E deu certo.

Outra dica importante: sempre que você for estudar/trabalhar ou realizar uma atividade que requer sua concentração, experimente se desconectar da internet. Verdadeiramente, sem interferência e avisos do celular, você produz em cinquenta minutos o que você faria em cinco horas conectado aos elos de distrações. Deixar o mundo virtual não é uma tarefa fácil porque a consulta à internet e ao I/smart-fone é um hábito em nossas vidas, mas com disciplina e foco, em nome da realização dos seus sonhos, é possível.

A nossa vida é organizada em blocos que precisam ser percebidos. Se esses blocos estiverem misturados, certamente a sua vida também estará. O que eu quero dizer com isso? Quero dizer que se você não planeja o seu dia: a hora, o turno, a frequência com que as coisas (importantes para você) precisam ser feitas, seus sonhos podem estar descarrilhados. Se qualquer caminho lhe serve, então tudo bem, não há o que mudar.

Agora se você tem sonhos e quer realizá-los, existem caminhos. Descubra quais passos precisam ser dados para isso. Comece rascunhando o que deve ser feito em cada dia da semana, organizando em turnos e agrupando atividades por semelhança, para ganhar tempo: produzindo mais em menor tempo. Por exemplo, atividades que precisam ser feitas no computador, junte-as e as faz na segunda. Tarefas externas, que são realizadas na rua, serão feitas na terça à tarde. E assim consequentemente, conforme suas necessidades.

Ao fazer isso (planejamento), você deixa de ser escravo de uma agenda inoperante e passa a ser o comandante da sua própria vida. Você passa a ter um controle consciente de sua vida. Os resultados vão te trazer uma infinitude de benefícios, a exemplo de mais tempo para o lazer, descansar/dormir, dar mais atenção à sua família. É retorno garantido, também, para a sua saúde.

Organizar a vida em blocos está funcionando para mim. E para você? Será que funciona? Aguardo o seu comentário.




sexta-feira, 2 de julho de 2021

Linguística, Linguagem e Língua

 Linguística, Linguagem e Língua


Olá. Este é o episódio de abertura da seção “Linguística”. Aqui, vou tratar de conceitos e aspectos básicos relacionados à essa área. 

Para esta discussão inicial, fundamento-me no Manual de Linguística de Mario Martelotta (2011).

Para começar, é preciso saber que a linguística é estudada em cursos superiores, como nos cursos de graduação em letras e em outras áreas, como de fonoaudiologia e de comunicação social. Como disciplina, ela apresenta discussões acerca da natureza da linguagem, fundamentais para a vida acadêmica de muitos estudantes.





A linguística é uma disciplina que estuda cientificamente a linguagem. Seu objeto de estudo envolve diversos fatores, como os aspectos fonéticos, morfológicos, sintático-semânticos e psicossociais da linguagem humana; a origem, o desenvolvimento e como as línguas evoluem; as classificações das línguas em grupos, por tipo de famílias, dadas suas formas sistematizadas.

 Sabendo-se o que é linguística, agora partimos para uma das primeiras dúvidas que surgem nos estudantes:

Linguagem e língua correspondem a mesma coisa?

Definitivamente, não são!

O conceito de “linguagem” pode apresentar mais de um sentido. Comumente, é “empregado para referir-se a qualquer processo de comunicação, como a linguagem dos animais, a linguagem corporal, a linguagem das artes, a linguagem da sinalização, a linguagem escrita, entre outras.” (Martelotta, p. 15-16, 2011). Isso implicaria dizer que as línguas naturais, como o português, também é uma forma de linguagem, por possibilitar a realização da comunicação.

 Contudo, defendemos que linguagem e língua não são a mesma coisa compreendendo-as como:

  

Linguagem

Língua

é vista como uma habilidade, os linguistas definem o termo como a capacidade que apenas os seres humanos possuem de se comunicar por meio de línguas.

o termo “língua” é normalmente definido como um sistema de signos vocais, utilizado como meio de comunicação entre os membros de um grupo social ou de uma comunidade linguística.

Fonte: MARTELOTTA, Mário Eduardo (org.). Manual de Linguística. São Paulo: Editora Contexto, 2ºed. 2011.

  Esses conceitos mostram que o caráter atribuído à Língua é mais específico, pois ela se restringe a comunidades linguísticas que têm seu próprio vocabulário e sistema comunicativo, conhecidos e compartilhados entre os seus membros. Ao passo que a linguagem abarca as diferentes formas de expressar ideias ou pensamentos por meio da fala, do som, dos gestos, dos gráficos etc. Portanto, o caráter abrangente da linguagem está relacionado à amplitude do código, em termos de sistemas que possibilitam a transmissão da mensagem, em qualquer tipo de comunidade.

 Sobre a função do pesquisador da linguagem, não vamos confundir o linguista com um poliglota ou um forte conhecedor do funcionamento de várias línguas. Como pesquisadores da linguagem, nosso interesse é analisar a estrutura das línguas naturais, compreender as ferramentas e o que está em jogo no funcionamento no processo comunicativo. Vale lembrar que, assim como em outras áreas, a Linguística possui diferentes escolas teóricas, a exemplo do Estruturalismo, do Gerativismo, da Linguística cognitiva, do Funcionalismo, entre outras.

Nas próximas discussões, vamos falar sobre essas escolas teóricas e de algumas características relacionadas à capacidade da linguagem humana.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Ser ou não ser culto?

 Depende!

Um dos primeiros passos para ser considerado culto é estudar os preceitos da Gramática Normativa.  Porque é na Gram. Normativa onde se encontra, de maneira estruturada, a forma correta de como se emite o som, de como as palavras devem ser escritas, constituídas e organizadas nas frases.


Segundo o gramático Celso Cunha, na Nova Gramática do Português Contemporâneo, a língua culta “trata de uma descrição do português atual na sua forma culta, isto é, da língua como a têm utilizado os escritores portugueses, brasileiros e africanos, do Romantismo para cá, dando naturalmente uma situação privilegiada aos autores dos nossos dias” (p. XIV).

Isso mostra que o registro culto da língua está associado a certo prestígio social, inicialmente ditado pelo modo como renomados escritores escreviam. E essa forma de comunicação passou a ser considerada correta, identificando um padrão de bom uso da língua.  

Vale lembrar que essa norma é convencionalizada, ou seja, o uso da língua por uma determinada camada letrada da sociedade define esse padrão formal. Em outras palavras, a definição do que é culto é ditada por pessoas. Portanto, se o falante apresentar dificuldades com o uso das palavras, ele pode incorrer em sérios problemas de inadequações gramaticais. Assim, quem não teve a oportunidade de frequentar a escola ou não gosta(va) de estudar/ler é um candidato a estar fora desse padrão. 

Como pesquisador e linguista, defendo que não podemos cobrar de pessoas que não tiveram acesso à educação a mesma desenvoltura de quem a teve. Vale lembrar que a norma culta é uma das variedades de uso da língua. Ela deve ser usada em contextos formais. No dia a dia, empregá-la em algumas situações pode, aí sim, mostra-se inadequada. Em reuniões familiares (dada a intimidade entre os entes), encontro com os amigos etc., usar o registro formal pode parecer insolente ou ocasionar motivo de chacota. O “bem falar” ou o “bem escrever” depende do contexto.  Em mensagens de whatsApp, por exemplo, abreviações simplificam e agilizam a conversa. Mas, sempre é bom reler o que se escreve antes de enviar a mensagem. Palavras erradas, mal conjugadas e fora da concordância podem denunciar que você possui domínio insuficiente da língua. 

Por isso, é importante aprender na escola a norma culta. Preste atenção ao professor e não falte às aulas de português. Fora da escola – seus amigos, preocupados com diversão e o curtir a vida – não vão te ensinar esse tipo formal de registro.

Ao aprender o registro culto da língua, esse conhecimento pode refletir, positivamente, em vários aspectos da sua vida: no campo profissional, no desempenho em concursos públicos, em entrevistas de emprego etc. Sabê-lo, o ajudará, também, a se desviar das arapucas comunicativas empregadas pela vida. 

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Todos somos clientes


 “Todos somos clientes” abre a seção A PALAVRA É... deste novato Blog. A partir de uma determinada palavra, vou apresentar sua origem, sentido e algumas reflexões de seu uso. Hoje, começo por Cliente.

Cliente é uma palavra de dois gêneros (ou seja, empregada tanto para o masculino quanto para o feminino) que tem origem indo-europeia: kli-ent. Antigamente, em uma parcela específica da sociedade romana, cliēns ou clientis era aquele que estava sobre a proteção do outro. Seu dever era escutar, seguir e obedecer, geralmente, um magistrado (a exemplo de algum membro do poder), um alto funcionário ou, até mesmo, um grande proprietário.




 Então, se alguém era capaz de influenciar e guiar outra pessoa de tal maneira, este que se submetia era, naquela época, um cliente nato. Talvez, quase um servo.

 Depois de muitos anos, o sentido da palavra cliente evoluiu e ganhou um novo sentido. Deixou de significar apenas aquele que obedece (fielmente) e passou a designar também aquele que favorece alguém por meio do pagamento de mercadorias ou serviços – conotação da qual utilizamos hoje. Assim, quem passou a ter clientes foram os banqueiros, os empresários, as redes de ensino etc.

 Inacreditavelmente, o antigo conceito lá de Roma (aquele que escuta, segue e obedece) se mantém até hoje. Onde? Na ciência política! Só que o jogo ficou mais sério. Você já ouviu falar em clientelismo? Derivação associada à prática eleitoreira que privilegia uma clientela em troca de votos, por meio de favores entre quem detém o poder e quem, comumente, encontra-se necessitado.

 Caro leitor, em nosso país há práticas de clientelismo? Há políticos oferecendo favores, empregos, ascensão profissional em troca de votos? Se você já votou em alguém em troca de algo dessa natureza, então você é um cliente: um cliente dos tempos primórdios. Há ainda os subclientes: clientes que preferem os produtos da esquerda, outros que preferem os produtos do centro e outros produtos da direita.

 Há quem diga que o clientelismo está desprestigiado. Mas, como posso chamar de desprestigiado, algo que não parece estar fora de moda? Não se derrubam árvores à toa.

 De Roma para cá, o número de clientes só tem aumentado. Há clientes que confiam os seus interesses a advogados. Que obtêm seus alimentos por meio de comerciantes. Que se consultam com professionais da saúde. Que pagam às escondidas por serviços considerados culturalmente escusos, por medo de recriminação.

 Por semelhança, telespectadores também são clientes. Pois, nesse contexto, há possível lucro tanto por meio do voto quanto da audiência. Vale lembrar que o poder das palavras (discurso) pode te convencer a comprar um livro, um curso ou simplesmente ficar segurando sua atenção por horas, contabilizando receitas.

 Para finalizar, pergunto: como cliente, qual produto você anda comprando para a sua vida? Esse produto visual que te prende por horas te faz bem? Esse produto/argumento que você defende é melhor para todos, de fato? As causas e pessoas que você defende são capazes de te levar a algum lugar (pessoal, financeiro, professional) ou é apenas uma âncora que não te deixa ver o que existe de mais valioso em sua volta? Quais produtos você anda colocando na sacola de sua vida? Antes de pagar, deixa no caixa aquilo que não vai te servir. Aproveita que a gratidão, o amor, o conhecimento, a bondade e a força vontade estão sempre na promoção.

 São muitas coisas para pesar como cliente, não é mesmo? Não é fácil ser um.

 

Fontes pesquisadas: https://www.elcastellano.org/ e Dicionário Eletrônico Houaiss (v. 3.0)

  

Acompanhe Alan César também pelo Youtube: Alan César - YouTube e pelo Instagram: https://www.instagram.com/alancaesar/?hl=pt-br

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Qual escola você frequenta?

Algo para iniciarmos...


Após anos de estudos, podemos nos deparar com situações que nos tragam certo receio de abandonarmos o que aprendemos. E é tão fácil desviar de um caminho produtivo, a exemplo de perder horas de nosso dia, privilegiando conteúdos de redes sociais que nada nos acrescentam.

Você perde por seguir estacionado, às vezes até contribuindo para o aumento de sua própria ansiedade, enquanto alguém, que faz apenas besteirol, cresce às custas de sua audiência. Ri com bobagens é bom, mas antes é preciso aprender algo novo (e de preferência, diariamente). O conhecimento vem primeiro e a distração vem depois. Essa é uma boa regra para se tornar uma pessoa produtiva.




Mas, o que seria um conteúdo de qualidade? Conteúdo de qualidade é aquele que nos faz refletir sobre as nossas vidas, é aquele que nos ensina mais alguma coisa (nas mais diversas áreas). É aquele que nos alerta e nos afasta das coisas irrelevantes (que não nos acrescentam em nada) .

Então, é aqui que devemos entrar, nós que estudamos por anos, por exemplo, podemos contribuir de alguma forma, seja por meio de nossos conhecimentos específicos ou pela facilidade que temos em tratar de algum tema. Um bom passo é reivindicando nosso lugar virtual, não no intuito de tirar o espaço de ninguém, mas de sermos uma opção a mais para quem busca conhecimento. Que tal compartilhá-lo? Será que neste momento alguém do outro lado do país não ficaria grato com o que você tem a dizer?    

Por pensar assim, resolvi criar o meu blog. Não vou tratar de assuntos espinhosos, prometo. Nem mesmo garantir consistência de postagens, mas sempre que possível vou aparecer aqui. Acredito que, de forma simples, podemos aumentar o leque de bons conteúdos na rede.

Para começar, pergunto a quem está distraído: qual escola você anda frequentando neste momento de pandemia? É o Instagram, Facebook, WhatsApp etc?

Se sim, quantas horas você passa por dia distraído (preso) vendo o que outros estão fazendo? Se for uma hora por dia, sendo generoso, porque sei que tem pessoas que passam o dobro, o triplo disso, então, teríamos por volta de 365 horas por ano em experiência prática-teórica de redes sociais.

Ou seja, daria para fazer um curso de especialização lato senso por ano. Agora, será que o mercado de trabalho aceita a sua especialização em observador da vida dos outros para preencher uma vaga de emprego? Ou daria preferência àquele que usou estas 365 horas para aprender algo novo, como um curso de idiomas, um curso técnico, por exemplo? E nem vou entrar no mérito da atividade física, que pode salvá-lo de sérios problemas causados pelo sedentarismo.

Bem, inicialmente é isso. Não quero iniciar com texto longo. Espero produzir algo legal com o que vem por aí. Neste momento, quis apenas introduzir o blog.

Meu nome é Alan César. Sou doutor em Estudos da Linguagem (UFRN) e aprendiz de blogueiro.

Para receber notificações de novos conteúdos (sempre gratuitos), inscreva-se no meu canal do youtube () ou me segue no instagram @alancaesar.

Até a próxima.