segunda-feira, 19 de junho de 2023

Verbos de Movimento Transitivo

 Livro, de minha autoria, lançado pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte.


Apresentação do livro: 

Neste livro, apresento um exame a respeito da codificação semântico-sintática de eventos que ocorrem com verbos de movimento transitivo, com o objetivo de tratar da relação entre o tipo de evento expresso pela construção de movimento transitivo (CMT) e os esquemas cognitivos por ela acionados, partindo do conceito de que o verbo de movimento transitivo (VMT) é um predicador de dois ou três argumentos que implica o movimento de, pelo menos, uma entidade de um lugar a outro.

A partir da observação dos contextos de uso de construtos com esse tipo de verbo, proponho uma rede construcional hierárquica que acomode os diferentes padrões que podem instanciar a CMT, tendo em vista aspectos da configuração argumental dos VMT e dos esquemas cognitivos subjacentes a esses padrões.

A base teórica que fundamenta esta obra conjuga diversos pressupostos, advindos da Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU), da Linguística Cognitiva (LC) e da Gramática de Construções (GC). Como veremos, as categorias de análise adotadas dizem respeito, principalmente, à transitividade, aos papéis semânticos, à prototipicidade, à semântica de frames, aos esquemas imagéticos e às metáforas conceptuais.

Os dados que alicerçam esta obra foram coletados das seguintes fontes: o Corpus Discurso & Gramática, o Banco de Sentenças da Justiça Federal do Rio Grande do Norte (JFRN), o Banco de Dados do Programa de Estudos Sobre o Uso da Língua da UFRJ (Projeto PEUL) e textos disponíveis on-line em sites de revistas de ampla circulação. Os resultados obtidos – investigados por meio de natureza dedutiva, com caráter metodológico que parte de uma abordagem quali-quantitativa – comprovam a existência de um esquema construcional, o qual sanciona três subesquemas e sete microconstruções que, por sua vez, revelam noções de movimento causado, movimento percorrido e movimento associado, organizado sintaticamente como SUJEITO + VERBO + OBJETO DIRETO + (SP).

Por fim, a produção deste livro tem origem em tese defendida no ano de 2021, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem, do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.


Boa leitura!

Disponível para download em: https://www.uern.br/biblioteca/edicoesuern/default.asp?item=edicoes-uern-ebooks-2022

O cuidado com a palavra SIM

Não consegue negar os pedidos das pessoas, ainda que isso represente um sacrifício para você? É sobre isso que quero falar contigo!

Tenho certeza que você já se arrependeu algumas vezes por ter dado um SIM para alguém. E sabe por que isso aconteceu? Vamos pensar em alguns motivos: ao dizer SIM, você acaba de assumir uma responsabilidade. E se você for uma pessoa “de palavra”, você vai cumprir. Então, cuidado para quem você diz “sim”.


Quando você diz "sim", você contribui para a felicidade do outro, ele sorri e vai embora! Ele não vai te fazer nenhum questionamento! Agora, experimenta dar um não para ele, sem ponderar você vai ouvir um belo "por quê?". Lá vai você ter que dar justificativas, não é? E aí? Vale a pena deixar a sua vida de lado em função de realizar, por exemplo, as tarefas dos outros?

Quando você não está disponível e diz SIM, você está sendo desleal consigo mesmo, além de prejudicar seus próprios afazeres ou sua vida, seus compromissos, seu descanso, certamente você vai entregar ao outro algo ou até mesmo um produto desinteressante.

Dizer SIM para algo que você não tem interesse, ou não tenha tempo de ir, é gravíssimo. E as pessoas percebem… sabe por quê? Porque o seu desinteresse vai torná-lo uma pessoa ausente, seu corpo está lá, mas sua mente não: estarás em outro lugar, em seu local de interesse ou de preocupação. O que eu quero te mostrar é que o seu SIM vale muito, por isso só o diga se você for capaz de se conectar, de alguma forma, com aquilo que você está assumindo. Não diga SIM à toa, não caia em descrédito. Não há nada pior do que falar e não honrar!

O SIM é uma palavra fortíssima que tem poder. O SIM é afirmação, aprovação. É consentir algo a alguém, por isso o utilize para facilitar os seus caminhos e não para criar mais obstáculos para sua vida. Em outras palavras, o seu SIM pode ser negativo, ao passo que o seu NÃO pode ser positivo.

Para finalizar, comenta aí: o seu SIM já te trouxe algum tipo de problema? E que tal compartilhar este post com alguém que ama dar um SIM, em seus múltiplos sentidos.

Fico aguardando!

No post anterior, falo a primeira parte sobre o poder da palavra NÃO.


Dificuldade para dizer NÃO (Parte 1)

Bem-vindos! Hoje, o assunto é destinado a você que tem dificuldade de dizer NÃO: hoje, NÃO! Três letrinhas apenas e um poder incrível de mudar a sua vida. Quando você diz SIM, você automaticamente assume uma responsabilidade. Do outro lado, temos o NÃO. O NÃO é uma decisão! Na maioria das vezes, uma SOLUÇÃO! 

Quanto mais experiência de vida você tem, maior vai ser a sua clareza em dizer NÃO, sabe por que? Porque você não tem tempo a perder com convites, eventos, trabalhos ou projetos que apenas te desviam do seu caminho, sem falar em alguns compromissos que são desnecessários ou chatos. É terrível a sensação de estar perdendo tempo, não é? 



A experiência de vida aumenta a nossa percepção para sabermos o que nos agrada. Falar NÃO quando é preciso é um gesto singular, respeitoso com o próximo, porque o outro não vai ficar na expectativa e na angústia aguardando por uma resposta. Pois, como falei anteriormente, fazer algo que você não quer, porque não sabe dizer NÃO, é ser desonesto com você mesmo, além de correr o risco de estar ludibriando o outro. 

Pensar neste assunto, me levou a seguinte analogia: O “não” é semelhante a passos que te levam aonde queres! Para cada um NÃO, um PASSO! Para cada SIM, uma PARADA. Já pensou nisso? 

Talvez por isso seja necessário navegarmos em um mar de NÃOS para não atracarmos ou colidirmos em um “iSIMberg” . … Entendeu? 

É preciso que as pessoas entendam que assim como elas têm as suas prioridades, você também tem as suas. E, muitas vezes, é preciso que você se coloque em primeiro lugar, dizer NÃO é questão de saúde mental. Isso não quer dizer que você tem que sair por aí disparando negativas para todo mundo, de forma alguma, para algumas pessoas será necessário dar-lhes um SIM, em algum momento, por elas valerem ou merecerem o seu sacrifício. Até aí tudo certo! 

Mas, dizer SIM está muito mais para a exceção do que para a regra, pois, na maioria das vezes, um não, além de te fazer bem, também, pode fazer bem para o outro: fazer com que o outro saia da sua zona de conforto, que o outro ganhe autonomia e se torne independente. Neste momento, imagino que você tenha pensado em alguém que precise ouvir um NÃO seu. Alguém te sobrecarrega? Em casa, no trabalho, na amizade? Por aí vai… 

Para não me estender muito, no próximo conteúdo, na Parte 2, a gente continua com essa conversa. Lá vou te dar dicas preciosas de como dizer não. Aguardem…

quinta-feira, 8 de junho de 2023

Mude de atitude!

A gente sabe que a vida é feita de mudanças.

Às vezes, a gente muda de endereço…

e isso já muda algumas coisas.


Às vezes, a gente muda de aparência…

cabelo, corpo… e isso também já muda algumas coisas.

Mas, sabe o que muda mesmo a nossa vida? 

São as atitudes!



Durante o dia de hoje, tente ouvir mais as pessoas?

Seja tolerante com aquilo que você julga ser uma falha nas pessoas

porque certamente alguém também precisa lidar com as minhas falhas, com suas falhas.

E fica tudo bem…

Resumindo, se você compreender que as pessoas são diferentes

e que elas não vieram a este mundo para satisfazer as nossas próprias vontades,

que quem tem que mudar de atitude, muitas vezes, sou eu, é você.  

Isso é libertador!

Se você muda, tudo ao seu redor muda também.

Um feliz dia para você.


Veja mais vídeos em:   


https://www.youtube.com/@drdalingua  

Instagram: @alancaesar


quinta-feira, 1 de junho de 2023

Índio ou indígena: conflito linguístico?

Recentemente, falei para um amigo que em seu aniversário, deveríamos ir vestidos de índio, já que a data do aniversário dele é o dia 19 de abril. Ele me olhou e disse: “Não é dia do índio. É o dia dos povos indígenas”. Hã!? Como assim? Mudou? Estamos diante de um conflito linguístico?  



Para começar, embora as palavras “índio” e “indígena” em muitas situações pareçam dizer a mesma coisa, elas são etimologicamente diferentes. Vamos começar com a palavra índio.


A origem da palavra índio se formou a partir do nome da Índia, isso porque Cristóvão Colombo acreditava que sua viagem, através do Atlântico, o levaria à Índia. Só que ao chegar no novo continente, pensando que estava na Ásia, chamou os seus habitantes de “índios”, por pensar que havia chegado na Índia. Em outras palavras, a denominação “índio” nada mais é do que um equívoco de Colombo, que, ao chegar na ilha de Guanahani, em 1492, pensou ter chegado às Índias, quando na verdade ele tinha chegado à América, mais precisamente nas Bahamas. Naquela época, os europeus chamavam todo o sudeste asiático de Índias, por isso o termo ficava assim: no plural.


Lembrando que Cristóvão Colombo foi o primeiro europeu a chegar nas terras do continente americano, chamado de Novo Mundo. Ele foi tão importante para a nossa história que o seu nome “Colombo” inspirou o nome de um país, Colômbia, legal, né? Há quem diga que ele foi o primeiro homem a comprovar que o mundo era realmente redondo. E só depois de oito anos da descoberta do Novo Mundo, é que Pedro Álvares Cabral chega aqui, no litoral Brasileiro. 


Já a palavra índigena, por outro lado, é uma composição linguística que vem da palavra latina indigena cujo significado era “de alí/ de lá”. Por extensão de sentido, essa palavra designava um habitante nativo, primitivo de um lugar. Há também uma raiz indo-europeia nela, pois o “gen” de seu nome denomina “parir, dar à luz”, a mesma base, por exemplo, utilizada para a palavra genealogia.


Assim, temos dois termos distintos, empregados desde o século XVI, e que geram polêmicas, pois o uso da palavra índio pode ser considerado discriminatório, pejorativo, sob o ponto de vista de alguns países aqui da América, a ponto de redações de diversos meios de comunicações e organizações políticas recomendarem em seu lugar a palavra indígena.


Em dicionários europeus, o nome indígena ganhou registro somente a partir do século XIX com o sentido de “aquele que é natural de uma país”. Então, o que isso pode dizer? Que todos nós somos indígenas, pois somos nativos de algum lugar, seja você índio ou não.


Observe que índio está relacionado com o país da Índia. Em espanhol, quem mora na Índia é chamado de índioEm inglês, indian significa tanto “indiano” quanto “índio”. Há, portanto, uma forte proximidade fonética entre índio e indígena, fato que proporcionou esse problema de as pessoas entenderem que apenas os habitantes do Novo Continente poderiam ser chamados de indígenas.





Agora, vamos retomar às polêmicas quanto ao uso desses termos.  Há os que não veem problema em usar a palavra “índio”, pois alegam que não há nenhuma evidência de que o termo índio é depreciativo. Pois, enxergam uma tentativa de eliminar o nome índio em função de agendas ideológicas, apoiando-se em movimentos do “politicamente correto”, a exemplo do que ocorre com a palavra escravo ao ser substituída por escravizado.


O grau de complexidade quanto ao correto nome atribuído aos nativos brasileiros só tem aumentado: índio ou indígena? Para evitar repreensões ou correções, parte das pessoas que lidam ou trabalham diretamente com a linguagem tem optado por codificá-los como povos origináriosExpressão que também abarcaria a todos, pois (todos nós) somos originários de algum lugar. Cadê as distinções?


Não estou aqui para tomar partido de qual palavra está correta, longe de mim. Até entendo que a confusão causada por Cristóvão Colombo precise ou precisasse ser desfeita, mas o que me chama atenção, em termos linguísticos, é que o uso define a língua. Ou seja, eliminar termos como gordo, vesgo, careca etc., cuja tentativa tem seus motivos, não será uma tarefa fácil, pois são termos curtos que estão no cotidiano das pessoas. As palavras quando bastante usadas tendem a se degastarem, vossa mercê me entende? 


A opção, orientação ou determinação para se falar “pessoa portadora” seguido do nome de sua condição física, a exemplo de “portador de estrabismo” se põe como um desafio para algo que está enraizado, é cultural! Mas, se é para o bem de quem sente na pele ser chamado de termos que machucam, tais causam são mais que justam.


Ah... voltando ao aniversário do meu amigo no dia 19 de abril: se me chamar, no próximo ano, eu vou. Como é que vocês acham que devo me vestir: de índio, indígena ou de povos originários? Brincadeiras à parte, o meu respeito, carinho e gratidão aos povos nativos de nosso país, pela bravura e por manter nossas raízes. 

Até a próxima.



Fontes

https://diariodeumlinguista.com/2022/06/06/indio-ou-indigena/

https://www.elcastellano.org/envios/2023-01-06-000000